Você tomaria uma bebida feita com fezes de animal? Antes de
responder, saiba que é esse o ingrediente especial do café mais raro, saboroso e
caro do mundo, o Kopi Luwak, originário da Indonésia. Essa, digamos,
excentricidade do café sempre foi considerada uma lenda urbana, até que um
estudo realizado pelo pesquisador italiano Massimo Marcone, em 2004, confirmou o
que deve ter feito o estômago de muitos apreciadores da iguaria revirar.
Os preciosos grãos são mesmo processados pelo sistema gastrointestinal e
depois retirados dos excrementos da civeta, um mamífero parecido com um gato,
que não existe no Brasil (na Indonésia, as palavras Kopi e Luwak significam,
respectivamente, café e civeta). O animal come somente os frutos mais doces,
maduros e avermelhados do café, que são digeridos pelo seu organismo, com
exceção dos grãos, que são excretados junto com suas fezes. E é justamente essa
produção limitada dos grãos (menos de 230 quilos por ano) o motivo de sua
raridade, preço alto (cerca de mil dólares o quilo) e sabor inigualável,
garantem os apreciadores. “Uma mistura de chocolate e suco de uva. Menos ácido e
amargo do que os cafés comuns”, descreve Marcone.
Pesquisa valiosa
Massimo Marcone com os grãos de Kopi Luwak |
Enzimas, bactérias e fezes
O pesquisador explica que à medida que o grão passa pelo sistema digestório do animal, ele sofre um processo de modificação parecido com o utilizado pela indústria cafeeira para remover a polpa do grão de café, mas que envolve bactérias diferentes das usadas pela indústria, além das enzimas digestivas do animal. É isso que dá ao Kopi Luwak seu sabor característico inigualável. Mas esse processo um tanto quanto esquisito de produzir café não representa riscos à saúde? “Os resultados dos testes que fiz em meus trabalhos mostraram que a bebida é perfeitamente segura”, garante Marcone.
O pesquisador explica que à medida que o grão passa pelo sistema digestório do animal, ele sofre um processo de modificação parecido com o utilizado pela indústria cafeeira para remover a polpa do grão de café, mas que envolve bactérias diferentes das usadas pela indústria, além das enzimas digestivas do animal. É isso que dá ao Kopi Luwak seu sabor característico inigualável. Mas esse processo um tanto quanto esquisito de produzir café não representa riscos à saúde? “Os resultados dos testes que fiz em meus trabalhos mostraram que a bebida é perfeitamente segura”, garante Marcone.
Não existem registros precisos sobre a história do Kopi Luwak, mas
acredita-se que sua origem data de cerca de 200 anos atrás, quando os
colonizadores holandeses iniciaram plantações de café nas ilhas de Java, Sumatra
e Sulawesi, onde hoje é a Indonésia.
É nessas ilhas que vivem as civetas, que começaram a se alimentar da planta.
Para evitar o desperdício, os plantadores de café começaram a coletar os grãos
que saíam intactos das fezes dos animais. Em algum momento alguém resolveu
experimentar essa variedade aparentemente pouco apetitosa e descobriu o que hoje
é considerado o café mais saboroso do mundo. E você, ficou com vontade de
encarar?
Fonte:http://revistagalileu.globo.com/Galileu/0,6993,ECT883955-1719,00.html
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